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Brinquedoteca


Com a falta de espaços adequados para brincar na rua, somada a hábitos solitários - como a permanência em frente à televisão e ao computador -, a escola se torna um importante local para intensificar o convívio entre as crianças além da sala de aula. Um dos espaços privilegiados para isso é a brinquedoteca, que, mais do que diversão, também se caracteriza por ser um ambiente de aprendizagem - e, portanto, deve ser usada mediante um planejamento adequado.

Conciliar ambos - aprendizagem e livre brincar - é um grande desafio. "Primeiro, é preciso qualificar as atividades que serão propostas, criando condições adequadas para estimular a criatividade", explica Leila Peters, professora e pesquisadora da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). O mais comum é que os gestores optem por instalar cantos temáticos, como o do circo e o das atividades de pintura. Claro que, quanto mais espaço houver, maior o número de opções a oferecer. Contudo, uma brinquedoteca não exige uma infraestrutura sofisticada e pode ser montada numa sala, com as adaptações necessárias para garantir o conforto e a segurança dos usuários.

Móveis, decoração, brinquedos e jogos devem ser escolhidos levando em consideração as especificidades do segmento ao qual a brinquedoteca se destina. Nesta reportagem, vamos mostrar um modelo para os alunos da primeira etapa do Ensino Fundamental (veja os infográficos desta reportagem). Para essa faixa etária, o ideal é oferecer jogos de tabuleiro, peças de montar, kits para experimentos científicos, bonecas e bonecos, fantasias, miniaturas diversas - de meios de transporte e equipamentos urbanos etc. - e objetos que simulem a vida cotidiana dos adultos, como móveis de escritório, de casa e de hospital, entre outros. Tudo o que for colocado à disposição dos alunos deve ter o certificado do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), uma garantia de que os objetos não oferecem perigo ao serem manipulados.

Embora todo o espaço tenha de ter um planejamento cuidadoso, Rose Maria de Souza, professora do curso de Educação Física da Universidade Metodista de São Paulo, chama a atenção ainda para se evitar o direcionamento das atividades: "A professora não deve definir previamente quem vai brincar com o quê por detereminado tempo, mas deixar que as crianças façam suas escolhas." O ideal é reservar períodos maiores do que a duração de uma aula para as atividades na brinquedoteca e deixá-la sempre aberta a fim de que seja bem explorada por todos.

Ao gestor cabe garantir que essa sala esteja sempre bem equipada e em segurança e que os educadores valorizem o espaço, contemplando a importância do brincar nos momentos de formação em serviço de professores e funcionários.

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